segunda-feira, 23 de junho de 2014

Sessão de Poesias: Carlos Drummond de Andrade

Oiiiiiiiii blogueiros queridíssimos, td bom??

Para variar o mês de Maio voou e eu esqueci completamente de postar.... mas agora a vida está um pouco mais tranquila e eu prometo postar com mais frequencia, ok???

Hoje a nossa sessão de poesias é sobre um de meus poetas favoritos: Carlos Drummond de Andrade. Drummond era um poeta incrível!!!!!! Muitas vezes em um mesmo poema ele nos levava a refletir, sorrir ou chorar em um mesmo texto, ou até mesmo em um mesmo parágrafo ou numa mesma frase. Pois é, meus queridos leitores, só quem domina ou dominava muito bem a escrita, a palavra, a gramática e a nossa língua tão única ( apesar de existirem dentro dela) é que têm ou tinha o poder de " manipular nossa Língua Portuguesa " . Drummond era um desses poucos exemplos. Seus poemas têm a temática bastante variada; eles tratam de sofrimento, desabafo e alguns de seus poemas mais conhecidos tratam de amor e paixão.

O poema de Drummond que irei publicar aqui para vocês, chama - se " E agora, José? " , que eu particularmente gosto muito. :)

Bom, galera, por hoje é só!!!!!!!!! Deixo vocês com apenas um pedacinho do que foi a obra de Carlos Drummond de Andrade. Espero q vcs apreciem tanto quanto eu!!!!!!!!!
"
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio – e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde? " ANDRADE, Carlos Drummond De

Beijos!!!!!!

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